Dados do Caged revelam que houve abertura de vagas no mês, porém em menor quantidade do que no mesmo período de 2017
Num cenário pós-crise, um aumento no número de vagas de emprego é sempre uma boa notícia, mesmo que num ritmo ainda longe do ideal. E esta é exatamente a situação atual dos empregos na indústria de transformação do Paraná, segundo pesquisa mensal realizada pelo Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Setor de Alimentos e Bebidas foi destaque em agosto: 700 novas vagas.
Após um período crítico, o setor vem reagindo ainda que lentamente. De janeiro até agora, o saldo é positivo, 9.500 empregos criados na indústria de transformação do Paraná. Só em agosto, houve abertura de mais de mil novas vagas “O saldo do mês é um movimento sazonal, possivelmente resultado das contratações temporárias de fim de ano para atender à demanda do período de festas”, analisa o economista da Fiep, Evânio Felippe. No Brasil, houve crescimento de quase três mil vagas em relação ao mesmo mês de 2017. Foram 15 mil este ano, contra 13 mil do ano passado. No acumulado de janeiro a agosto, a indústria abriu 97.500 novos postos de trabalho no país.
Já no Paraná, em relação a igual período do ano anterior, o número de postos de trabalho caiu pela metade. Foram 2.100 vagas em agosto de 2017. Segundo Felippe, este é um ano de indefinições no cenário político e de mudanças significativas nas relações de comércio exterior. “As incertezas na economia também permanecem e, some-se a isso, a greve no transporte rodoviário, em maio, interferiu diretamente no desempenho do setor industrial. O fato do balanço geral do mês ter registro positivo de abertura de vagas já é um bom indicativo, embora ainda abaixo dos níveis ideais”, avalia o economista.
Dos 12 segmentos avaliados em agosto no estado, quatro tiveram desempenho negativo, sete ficaram positivos e um permaneceu estável. Os setores com pior desempenho foram Têxtil e Artigos do Vestuário, com 200 vagas fechadas; seguido pela Indústria Mecânica (-192); de Transporte/Automotivo (-53); e Metalurgia (-41). “O resultado negativo deste mês reforça ainda mais a queda que o setor Têxtil e do Vestuário vem apresentando no acumulado do ano, de -1.100 postos de trabalho no Paraná.
Já o setor Automotivo e de Metalurgia, embora tenham desempenhado mal em agosto, acumulam alta de 1.900 e 145 vagas abertas no ano. “Os problemas econômicos na Argentina podem ter afetado as exportações de veículos, já que o país é um dos nossos principais mercados consumidores”, explica Felippe.
Os que abriram mais oportunidades de trabalho no Paraná estão o setor de Alimentos e Bebidas, com quase 700 vagas em agosto e 3.500 entre janeiro a agosto de 2018; Madeira e Mobiliário, 340 no mês e 1.200 no acumulado; e ainda, Indústria Química e de Produtos Farmacêuticos, com 229 novas vagas em agosto e mais de 1.700 nos últimos oito meses. Em nível nacional, o setor de Alimentos e Bebidas também responde por 17 mil vagas abertas em agosto, mais que o dobro do mesmo mês, 6,5 mil, em 2017.
E entre os setores com pior desempenho nacional, também está o setor Têxtil e do Vestuário, que em 2017 teve saldo positivo de 2.600 postos de trabalho e, este ano, o acumulado já está negativo, 2,7 mil empregos a menos no país. “A situação preocupa porque este segmento emprega muita mão de obra e, desde o início do ano, vem demitindo”, informa.
Por conta da insegurança na recuperação da economia e com o mercado de trabalho ainda instável, as famílias não aumentam o consumo por receio do endividamento. “Alimentos são itens essenciais, as pessoas fazem adaptações no cardápio, mas não deixam de consumir. Já com roupas, optam por adiar a compra para um momento mais apropriado”, acredita Felippe.
Crescimento frente a 2017
Contando todos os setores da economia, foram criadas 110 mil vagas de trabalho em agosto no Brasil. No Paraná, o número é de 10.300 novos empregos no período. Em 2017, o saldo nacional do mês era três vezes menor, 35 mil vagas. E, no Paraná, de 1.200 vagas abertas apenas. O resultado deste ano é oito vezes maior. O curioso é que a maior parte dos empregos gerados no estado, 60% ou 6.200 vagas, foi no interior do estado. Outro dado curioso é que o Paraná foi o responsável por quase todo o resultado positivo da região Sul em agosto. Com a performance negativa de mais de quatro mil demissões no estado gaúcho no mês, o resultado de 10.300 novas vagas no Paraná compensou as perdas. Santa Catarina somou 3.900 empregos. O saldo do Sul ficou em 10.200 postos de trabalho em agosto.
Fonte: Comunique-se
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