Nesta terça-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro esteve em reunião junto ao Secretário de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, onde a pauta discutida foi a eventual privatização dos Correios – hoje, em gestão do governo –, segundo informações do jornal Folha de São Paulo.
De acordo com o periódico, que cita o próprio ministério, o objetivo para a oferta é o de “desonerar o cidadão”. Pelo seu perfil oficial no Twitter, a pasta ainda correlacionou os problemas vividos pela empresa estatal a casos de corrupção envolvendo o seu nome em gestões governamentais passadas.
“Decisões equivocadas causaram um rombo de mais de R$ 11 bilhões no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis”, disse o secretário. Ainda segundo a pasta, apenas o plano de saúde dos funcionários da empresa já criou um “rombo de R$ 3,9 bilhões”.
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Salim: “Decisões equivocadas causaram um rombo de mais de R$ 11 bi no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, que foi aquele fundo que comprou títulos da dívida pública da Venezuela”.
— Ministério da Economia (@MinEconomia) 30 de abril de 2019
Ainda de acordo com o secretário, o rombo no plano de saúde dos funcionários dos Correios já atingiu R$ 3,9 bi, “conta que será paga por todos os brasileiros”.
— Ministério da Economia (@MinEconomia) 30 de abril de 2019
Os Correios contam, hoje, com pouco mais de 100 mil funcionários, mas passa por um desequilíbrio de contas que fez com que a empresa tomasse medidas consideradas impopulares, como o aumento no valor geral do frete, em janeiro de 2009. O ministério mais uma vez atribuiu tais medidas aos casos de corrupção que supostamente minaram a imagem pública e as contas da empresa.
A privatização de empresas estatais é um mantra repetido por Jair Bolsonaro desde o início da campanha presidencial que o levou ao cargo, em outubro de 2018. À época, o então candidato atribuía “grandes chances” de a empresa ser privatizada, sob o discurso de liberdade de mercado e atuação mais aberta de empresas privadas do setor logístico. Atualmente, os Correios detém o monopólio na entrega de cartas e correspondências, mas pacotes e encomendas maiores podem ser despachadas e entregues por outras companhias.
Na área monopolizada, porém. os Correios registraram queda de serviço: de um índice de 8,9 bilhões de correspondências entregues em 2012, a empresa atingiu a marca de “apenas” 5,7 bilhões em 2018. Financeiramente falando, os Correios registraram lucro de R$ 667 milhões em 2017. Em 2018, o lucro foi de R$ 161 milhões, mas amargaram prejuízos bilionários em anos anteriores.
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Governo está analisando possibilidades de privatização dos Correios Publicado primeiro em https://canaltech.com.br
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