sexta-feira, 29 de março de 2019

EUA também vão investigar Google e Twitter por discriminação em ads de moradia

O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos (HUD, na sigla em inglês) quer saber agora se a Google e o Twitter também estão praticando discriminação em propagandas de moradia, como o Facebook foi encontrado atuando recentemente. A investigação foi revelada pela imprensa americana e ainda estaria em suas fases iniciais, mas teria caráter semelhante aos recentes inquéritos que resultaram, inclusive, no indiciamento da rede social de Mark Zuckerberg.

Mais do que saber se as empresas permitem a exclusão de certos grupos étnicos ou sociais de anúncios sobre habitação, o governo também estaria praticando um princípio de isonomia. O processo que caiu recentemente sobre o Facebook foi considerado bastante drástico e, por conta disso, o HUD quer garantir que outras companhias também sejam investigadas e penalizadas caso estejam agindo da mesma maneira.

A investigação tem base na legislação americana, mais especificamente, no Ato de Habitação Justa. O conjunto de leis proíbe a discriminação de cidadãos por fatores como cor de pele ou origem em anúncios relacionados a moradia. Era justamente o que as ferramentas de segmentação do Facebook vinham permitindo, de acordo com uma denúncia feita em 2016 pela agência de notícias ProPublica.

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O relatório detonou uma investigação pelo HUD, que descobriu que a rede social não tinha salvaguardas ou impedimentos contra esse tipo de segmentação, permitindo que seus clientes de serviços de publicidade criassem “afinidades étnicas” na hora de anunciarem casas ou apartamentos à venda ou para locação. Como resultado do inquérito, o Facebook foi indiciado por discriminação.

Além disso, o governo dos EUA citou problemas inerentes não apenas à atuação do Facebook em si, mas também levantou questões quanto ao funcionamento geral de sistemas automatizados de anúncios. No caso do Facebook, a recomendação foi pela remoção de categorias e opções que favorecessem a discriminação, algo que a empresa disse já estar fazendo, mas, de maneira geral, o indiciamento pode levar a uma mudança de panorama e funcionamento de plataformas desse tipo.

A expansão nas investigações também é parte de um pedido da União Americana pelas Liberdades Civis, organização não governamental que encorajou o HUD a observar as práticas não apenas do Facebook, mas também de outros serviços de anúncios online. De acordo com a ONG, o inquérito vem em boa hora e certa pressão sobre as companhias do setor é necessária, justamente, para garantir o cumprimento das leis federais de habitação justa e garantir o devido acesso ao setor pelos cidadãos menos favorecidos.

Mesmo sem confirmação oficial sobre o início das investigações contra si, a Google já se pronunciou, afirmando que possui políticas contra a discriminação há anos. A empresa disse que a segmentação de propagandas baseada em critérios como raça, etnia, crença religiosa, necessidades especiais ou fatores financeiros são proibidas em sua plataforma, que exige responsabilidade e respeito de seus clientes.

Já o Twitter deu resposta semelhante, afirmando também que, de acordo com seus termos de uso, reclames baseados em raça, religião, condição financeira e também relacionados a serviços de empréstimos para fiança ou outros suportes legais não são permitidos. As normas, afirma a companhia, são cumpridas rigorosamente pelos clientes de publicidade.

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