O YouTube resolveu responder ao jornalista Carlos Maza, do site Vox. Ele acusa o youtuber Steven Crowder por conta de ataques homofóbicos e xenofóbicos em vídeos na plataforma de vídeos. Para o YouTube, contudo, o influenciador não feriu nenhuma política do site.
A histórica começou no último dia 30 de maio, quando Maza quebrou o silêncio em relação aos ataques. Em seu perfil no Twitter, ele apresentou um vídeo editado com momentos em que é atacado pelo influenciador. “Eu geralmente sou casca grossa quando se trata de assédio online, mas uma coisa tem me incomodado muito”, escreveu o jornalista sobre o problema.
Since I started working at Vox, Steven Crowder has been making video after video “debunking” Strikethrough. Every single video has included repeated, overt attacks on my sexual orientation and ethnicity. Here’s a sample: pic.twitter.com/UReCcQ2Elj
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— Carlos Maza (@gaywonk) 31 de maio de 2019
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No vídeo, Crowder se refere a Maza sempre de forma pejorativa usando termos como “bichinha” e “veado”, sempre ressaltando características do jornalista relacionadas ao fato de ele ser gay e latino. A postura é considerada por Maza como racista e homofóbica.
Depois de levantar essa questão no Twitter, o YouTube esperou uma semana para entregar uma resposta, também pela mesma rede social. Em uma sequência de quatro postagens, disse que avaliou o conteúdo e que os vídeos não violam as políticas do serviço.
(2/4) Our teams spent the last few days conducting an in-depth review of the videos flagged to us, and while we found language that was clearly hurtful, the videos as posted don’t violate our policies. We’ve included more info below to explain this decision:
— TeamYouTube (@TeamYouTube) 4 de junho de 2019
“Nosso time dedicou os últimos dias a conduzir uma análise profunda nos vídeos reportados a nós e, mesmo que tenhamos considerado a linguagem claramente ofensiva, os vídeos postados não violam nossas políticas”, escreveu a empresa no perfil Team YouTube.
(¾) As an open platform, it’s crucial for us to allow everyone–from creators to journalists to late-night TV hosts–to express their opinions w/in the scope of our policies. Opinions can be deeply offensive, but if they don’t violate our policies, they’ll remain on our site.
— TeamYouTube (@TeamYouTube) 4 de junho de 2019
“Como uma plataforma aberta, é crucial para nós permitir que, de criadores a jornalista ou apresentadores de TV, todos expressem suas opiniões com e dentro do escopo de nossas políticas. Opiniões podem ser profundamente ofensivas, mas se elas não violam nossas políticas, serão mantidas em nosso site”, completou.
O jornalista, contudo, reclama que a plataforma não explicitou como fez a tal análise, nem mesmo apresentou qual grupo tomou essa decisão.
To be crystal clear: @YouTube has decided that targeted racist and homophobic harassment does not violate its policies against hate speech or harassment.
— Carlos Maza (@gaywonk) 4 de junho de 2019
That’s an absolutely batshit policy that gives bigots free license.
“Para ser o mais claro possível, o YouTube decidiu que racismo e homofobia direcionados em sua plataforma não violam as políticas de assédio e discurso de ódio. Isso é uma porcaria de política que dá carta branca a lunáticos”, rebateu.
Ele ainda criticou a postura do YouTube em participar das comemorações do orgulho LGBT, quando a empresa trocou o avatar do Twitter por um logo que remete à bandeira de arco-íris.
A postura da rede social é bastante polêmica, uma vez que suas políticas são claras em relação ao tema. Em pelo menos três pontos, há citações diretas a isso. Na parte de discurso de ódio, a plataforma de vídeos aponta que esse tipo de conteúdo “não é permitido no YouTube. Nós removemos conteúdos que promovam a violência ou ódio contra indivíduos ou grupos baseados em alguns atributos”. Orientação sexual é um dos itens da lista.
Ainda, na região de assédio, a empresa aponta que “conteúdos ou comportamentos que signifiquem assédio, ameaça ou bully a outros não é permitido no YouTube”. Por fim, a plataforma também destaca que é “proibido usar a plataforma para humilhar outra pessoa".
Após a decisão do YouTube, o jornalista informou que tem recebido “inúmeras mensagens” de seguidores de Crowder em seus perfis na internet, tanto no Facebook, Instagram ou Twitter.
Day Two of the worst pile-on I’ve ever experienced. Every account I have is getting cased. Inboxes full of death threats and “faggot.”
— Carlos Maza (@gaywonk) 1 de junho de 2019
Still no response from @TeamYouTube.
Meanwhile: pic.twitter.com/CXQNqtSJfR
Para o Vox Media, empresa que detém a marca Vox, o posicionamento do YouTube só reforça comportamentos de assédio, homofobia e racismo na plataforma.
Desde o comunicado desta terça-feira (4), a plataforma não se pronunciou mais sobre o assunto.
Leia a matéria no Canaltech.
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YouTube decide que ataque homofóbico a jornalista não fere suas políticas Publicado primeiro em https://canaltech.com.br
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