quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Para UE, empresas têm feito pouco no combate à desinformação online

Para a Comissão Europeia, Google, Facebook e Twitter estão devendo nos seus esforços e promessas para combater a desinformação online. O órgão está preocupado com a aproximação das eleições parlamentares europeias, entre 23 e 26 de maio, e o impacto que as “fake news” possam ter no eleitorado.

“Elas [as empresas] precisam cumprir seus compromissos, aprimorando seus esforços em áreas como esclarecer a forma como os anúncios são colocados on-line; transparência em torno do conteúdo patrocinado; a identificação e eliminação rápidas e eficazes de contas falsas; regras mais claras em relação aos bots; a promoção mais eficaz de narrativas alternativas e maior clareza em torno de algoritmos”, escreveram o comissário de Segurança da Europa, Julian King, e a comissária para Economia Digital e Sociedade, Mariya Gabriel, em um artigo publicado no jornal britânico The Guardian.

De acordo com a Comissão, 57% dos europeus recebem suas notícias principalmente de plataformas on-line. “Isso dá a essas plataformas um papel privilegiado em nossas vidas — um papel com responsabilidades significativas”, afirma o artigo. Para os comissários, as empresas “infelizmente, nem sempre cumprem essas responsabilidades”.

Facebook, Google e Twitter assinaram, em setembro passado, um Código de Prática auto regulador que inclui uma ampla gama de compromissos para combater a desinformação online. Entre as ações, estavam previstas interromper as receitas de publicidade de contas e sites que se espalham desinformação e trazer mais transparência para a publicidade política.

O problema tem sido os prazos – ou a falta de compromisso com eles. “No mês passado, avaliamos o progresso que as plataformas haviam feito na implementação do código até o final de 2018. Os resultados ficaram aquém das expectativas — por isso pedimos que as plataformas fossem mais longe em seus esforços para combater a desinformação. Infelizmente, apesar de algum progresso, eles ficaram para trás”, conta o artigo.

O Facebook não teria fornecido à Comissão todas as informações necessárias, incluindo dados sobre suas ações em janeiro para interromper incentivos de publicidade e monetização para aqueles por trás da desinformação. “O Twitter também não informou sobre qualquer esforço adicional em janeiro para melhorar o posicionamento dos anúncios, ou deu informações sobre a implementação de seu Centro de Transparência de Anúncios na UE”, completam os comissários.

Dos três grandes, o Google teria se saído um pouco melhor, reportando sua nova política para anúncios eleitorais e dedicando equipes especializadas em evitar abusos relacionados à eleição. Mas ainda faltam outras informações, como dados sobre o cumprimento de suas políticas.

Outra queixa da União Europeia é que as empresas não tratam os países membros com a mesma importância. “O Facebook, por exemplo, tem parceiros de checagem de fatos em apenas oito países da UE, cobrindo sete idiomas”, afirma o artigo.


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