sexta-feira, 1 de março de 2019

Facebook admite que 18% dos usuários de app espião eram adolescentes

Depois de inicialmente tentar minimizar o impacto que seu programa de pesquisa que coletava dados tinha sobre adolescentes, o Facebook resolveu admitir que o número real de jovens afetados era de 18% e não de 5% como havia divulgado anteriormente. “Menos de 5% das pessoas que optaram por participar deste programa de pesquisa de mercado eram adolescentes”, disse um porta-voz do Facebook em um esforço para controlar os danos causados por uma notícia que falava sobre como a empresa fornecia cartões-presente para monitorar o uso de aplicativos móveis e o tráfego do navegador em dispositivos de usuários.

Na época, o Facebook alegou que havia removido seu aplicativo de pesquisa do iOS. Na manhã seguinte, foi descoberto que isso não era verdade, pois a Apple já havia bloqueado à força o Facebook Research por ele violar seu programa de certificação empresarial, que deveria ser reservado para empresas que distribuem aplicativos internos para funcionários.

Acontece que não foi a única vez que o Facebook enganou o público em sua resposta em relação a isso. O TechCrunch teve acesso à resposta do Facebook a um questionamento feito pelo senador Mark Warner ao CEO da rede social, Mark Zuckerberg. Através do vice-presidente de políticas públicas para os Estados Unidos, Kevin Martin, a empresa admitiu que “na época em que encerramos o Facebook Research no iOS, menos de 5% das pessoas compartilhavam dados conosco através desse programa eram adolescentes. A análise mostra que esse número é de cerca de 18% quando você observa a vida útil completa do programa e também adiciona pessoas que ficaram inativas e desinstalaram o aplicativo”.

Portanto, 18% dos testadores do app de pesquisa espião eram adolescentes. Usuários com idade entre 13 e 35 anos eram elegíveis para o programa de pesquisa do Facebook, e pessoas de 13 a 18 anos compunham 22% de todos que testaram o programa. Isso significa que a rede social claramente não estava tentando minimizar o envolvimento dos adolescentes, nem eram apenas uma pequena fração de usuários.

O Facebook também havia contado aos repórteres, em 29 de janeiro, que a participação dos adolescentes só era possível com “todos os formulários de consentimento dos pais assinados”. No entanto, em sua resposta ao senador, o Facebook admitiu que “os participantes em potencial eram obrigados a confirmar que tinham mais de 18 anos ou evidência de consentimento dos pais, embora os fornecedores não exigissem um formulário de consentimento dos pais assinado para usuários adolescentes”. Em alguns casos, os usuários menores tinham que marcar uma caixa para reivindicar o consentimento dos pais, e não havia verificação da idade ou que seus pais realmente aprovaram a participação no programa de pesquisa.


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