Microsoft explica por que você não deve usar o IE como navegador padrão

Um dos fatos mais divulgados por aqueles que conhecem um pouco que seja de informática é que o Internet Explorer (IE) é, de longe, o pior navegador existente. E, pelo jeito, até a Microsoft concorda com isso.

Em um fórum oficial para desenvolvedores que utilizam aplicações baseadas no Windows, Chris Jackson, gerente de programação da Microsoft especializado em cibersegurança, explicou por que os usuários não devem utilizar o Internet Explorer como seu navegador padrão.

Jackson usa vários termos técnicos que explicam exatamente como funciona todos os processos do navegador desde sua primeira versão mas, de forma resumida, o grande problema do Internet Explorer é que ele possui um enorme “technical debt”: um termo usado para definir uma escolha que é tomada visando a maneira mais fácil de fazer algo funcionar no devido momento, ao invés de se desenvolver uma solução mais completa que não só fará algo funcionar no agora mas também o preparará para novas aplicações futuras. Em português bem coloquial, o termo pode ser assemelhado à nossa famosa “gambiarra”.

Assim, esse “technical debt” foi se prolongando durante anos, o que tornava comum que versões do programa tivessem funcionamento diferente quando utilizadas para a navegação geral pela internet e na navegação por redes corporativas fechadas, já que esse gargalo fazia com que o programa funcionasse como dois softwares diferentes dependendo do tipo de navegação que ele fazia.

Essa abordagem começou a ser mudada em 2014 com o lançamento do Internet Explorer 11, quando o programa parou de criar “emuladores das versões antigas” dentro de si e começou a tentar resolver todos os problemas de compatibilidade causados pelas “gambearras” feitas desde a primeira versão. Mas essa demora em tentar resolver de vez essas falhas acabou causando um outro problema: o Internet Explorer estava agora muito atrás de todos os outros navegadores em matéria de tecnologia. Isso fez com que o programa se tornasse apenas uma “solução de compatibilidade”, tendo tecnologia o suficiente para rodar as últimas novidades em apps mas sem a capacidade existente nos outros navegadores, o que fez com que as empresas abandonassem de vez a criação de soluções que utilizam o IE como base.

Por isso, a própria Microsoft não recomenda o Internet Explorer como o navegador padrão, já que o fato dos desenvolvedores não levarem mais o IE em conta pode tornar o navegador muito suscetível a falhas de segurança e bugs de execução. Na postagem, a empresa não faz nenhuma recomendação oficial de qual navegador as pessoas devem usar no lugar do Internet Explorer — nem mesmo o Edge — e provavelmente vai ficar fugindo dessa pergunta de recomendação até que o seu próximo navegador — que está sendo desenvolvido baseado no Chromium, a mesma base programacional usado no Chrome da Google — ser lançado no mercado.

A empresa já tem data marcada para encerrar oficialmente o suporte ao Internet Explorer, então, ainda que não tenha marcado o lançamento de seu novo navegador, ele provavelmente não deverá demorar muito para chegar no mercado.

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