terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Taiwan vai investigar se fornecedora da Apple forçou demissão de funcionários

O governo de Taiwan anunciou a abertura de um inquérito para apurar as denúncias de que funcionários de uma fornecedora da Apple teriam sido forçados a se demitir. O caso teria acontecido na Career Technology, que fabrica placas de circuito flexíveis usadas nas antenas do iPhone, e seria uma forma de a empresa evitar o pagamento de altas somas em benefícios para os trabalhadores.

A onda de demissões seria o reflexo da queda na demanda mundial pelo smartphone da Apple, que teria levado a um corte nos pedidos de componentes enquanto a Maçã se adequa aos números de vendas abaixo do esperado. Com isso, fornecedores também realizaram cortes em seus quadros de funcionários, como é o caso da Career Technology.

Segundo a denúncia, a empresa teria apresentado três opções aos funcionários: a demissão, aposentadoria ou saída voluntária. Entretanto, apenas a última estaria sendo efetivamente aplicada pela companhia, com a investigação, agora, tentando apurar se a fornecedora forçou os trabalhadores a seguirem por essa via ou usou de informações enganosas para fazer parecer que essa seria a melhor escolha para eles.

Em resposta à imprensa local, a Career Technology taxou o caso como um mal-entendido e negou ter forçado funcionários a se demitirem. A empresa confirmou que a queda no volume de pedidos feitos pela Apple resultou em dispensas que teriam afetado de 20 a 30 funcionários, apenas. Uma parte desse total teria sido transferida para outras unidades da empresa, enquanto o restante foi efetivamente mandado embora, com todo o pagamento de benefícios sendo realizado.

Entretanto, a informação contrasta com documentos submetidos pela fornecedora ao ministério do trabalho do país, citando a demissão de 59 pessoas entre os dias 29 e 31 de janeiro. Essa será, inclusive, mais uma das apurações a serem realizadas pelo governo do país, que deseja entender os motivos por trás da discrepância entre as declarações, as denúncias e os relatórios oficiais.

Desde novembro do ano passado, quase 500 pessoas teriam sido demitidas das fábricas da Career Technology na Ásia, um forte reflexo do quanto as baixas vendas do iPhone chacoalharam as relações entre a Apple e suas fornecedoras. A empresa afirma que, em sua maioria, as dispensas foram de trabalhadores temporários, que se unem ao corpo de funcionários da empresa para auxiliar no aumento de demanda durante e após o lançamento de uma nova geração de smartphones. Os cortes da vez, entretanto, vieram bem antes do esperado.


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