segunda-feira, 29 de abril de 2019

Número de mortos no Facebook deve sobrepor vivos em 50 anos

O número de pessoas mortas com contas no Facebook pode passar o de pessoas vivas em 50 anos, aponta uma pesquisa da Oxford Internet Institute (OII). Claro que, para isso, é preciso que a rede social siga algumas tendências. O estudo se baseia em níveis de utilização de 2018, prevendo que aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas devem morrer até 2100.

Batendo estes dados, os cientistas chegaram à conclusão de que o número de pessoas mortas com contas na rede social pode chegar a 4,9 bilhões. Mais uma vez, isso mantendo-se as taxas atuais de variação do Facebook, natalidade e mortalidade.

O ponto da pesquisa não é necessariamente saber quem está vivo ou morto dentro de uma rede social, mas levanta questões sobre direito de informação na rede. “Essas estatísticas levantam uma nova e difícil discussão sobre quem tem o direito de ter todos este dados, como eles devem ser organizados em prol dos interesses da família e amigos e o uso de tais informações para futuros historiadores entenderem o passado”, aponta Carl Öhman, doutorando do Instituto.

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Ele aponta que essa deve ser uma preocupação generalizada, já que qualquer pessoa que hoje utiliza uma rede social deve deixar seus dados em aberto quando morrer. Uma quantidade cada vez maior desses dados pode ser acumulada nesses locais, registrando um valor, segundo Öhman, quase que incomensurável.

Para a análise, os cientistas levaram em conta dois cenários distintos. O primeiro considera um congelamento do crescimento do Facebook. Ou seja, se a plataforma não ganhar nenhum novo usuário depois de 2018. Esse seria o cenário mais “pessimista”, e a taxa de mortalidade seria muito acima da quantidade de usuários da rede social.

Já o segundo cenário é o mais “otimista”, apontando a taxa de crescimento do Facebook na casa atual de 13%, constantes a cada ano, até que o mercado chegue a sua saturação.

Juntando esses dois cenários é que o grupo consegue chegar ao número de sobreposição para 2070. Contudo, o pesquisador gostaria que o estudo fosse entendido de forma mais provocativa.

“Esses resultados devem ser interpretados não como uma previsão do futuro, mas um comentário do desenvolvimento atual e uma oportunidade de moldar o futuro para seguir em frente. Mas isso não tem uma relação direta com o nosso ponto mais crítico de discussão sobre a morte online e as consequências macroscópicas mais necessárias. O Facebook é só um exemplo do que espera quaisquer plataformas com alcance global e conectividade semelhante”, aponta Öhman.

As informações de mortalidade e natalidade dos países foram baseadas em dados fornecidos pela ONU.

Leia a matéria no Canaltech.

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