quinta-feira, 28 de março de 2019

Mulheres acusam Salesforce de lucrar com exploração do tráfico sexual

Começando a categoria “Eita” de notícias de hoje, a Salesforce está sendo acusada de tirar lucro da prática de exploração e tráfico sexual de mulheres, segundo informações de um processo judicial movido contra a empresa.

No documento, 50 mulheres alegam serem sobreviventes da prática criminosa internacional e dizem que a Salesforce, que gerou US$ 13,28 bilhões em receita no ano fiscal de 2019, ofereceu tecnologias de negócio e gestão para o site chamado Backpage, que se encontra atualmente desativado. A acusação diz que, por meio dele, a empresa tirou lucro proveniente de uma atividade criminosa, agindo como cúmplice dos criminosos.

As mulheres, que dizem ter sido traficadas para exploração sexual por todo os EUA, dizem que “a Salesforce não só levou ao Backpage uma versão pronta para uso de suas ferramentas de análise de dados e marketing. A empresa desenhou e implementou uma base de dados altamente personalizada, especificamente para as operações do Backpage, tanto localmente como internacionalmente. Com o auxílio da Salesforce, o Backpage foi capaz de usar essas ferramentas para se promover aos seus ‘usuários’ — ou seja, cafetões, clientes e traficantes — em pelo menos três continentes”.

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Em comunicado, a Salesforce se defendeu:

“Nós somos profundamente compromissados com a utilização ética e humanizada de nossos produtos e levamos essas acusações muito a sério; entretanto, não comentamos especificamente sobre litígios ainda vigentes”.

O site Backpage fechou em abril de 2018, após seu dono confessar práticas de lavagem de dinheiro, conspiração internacional e formação de quadrilha. Seria mais um caso de a empresa alegar que não pode controlar a forma como as suas ferramentas são usadas por outros usuários — a Google já fez isso com vídeos controversos do YouTube no passado —, entretanto, a informação de que a Salesforce teria desenvolvido uma versão customizada de seus serviços para o site pode ser interpretado como indício de conhecimento prévio, segundo especialistas.

Não foram divulgadas datas de ouvidoria da acusação por parte de algum juiz, tampouco o que pedem as partes acusatórias.

Leia a matéria no Canaltech.

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